A reinvenção na era da Generative AI

Resumo

• A disrupção está em ascensão e a reinvenção tornou-se a estratégia para o sucesso em tempos difíceis.

• A reinvenção funciona e os Reinventors estão a deixar todos os outros para trás, obrigando-os a agir. 

• A Generative AI oferece uma clara oportunidade para acelerar a reinvenção e reduzir o gap de performance.

• Identificámos cinco imperativos aos quais os executivos devem responder para se reinventarem na era da Generative AI.

A reinvenção é a estratégia para o sucesso

Prevê-se que nos próximos 12-24 meses haja um aumento significativo no número de organizações que adotarão a Generative AI como catalisador de reinvenção.

O que distingue a Generative AI de outras inovações tecnológicas recentes? Trata-se de uma tecnologia com potencial para reinventar todos os aspetos de uma organização. E isso é algo novo. O nosso trabalho demonstra com dados empíricos que isso já está a acontecer e em grande parte devido à rapidez com que a Generative AI pode transformar qualquer indústria.

A disrupção encontra o seu jogo

O ambiente em que as organizações operam continua a ser volátil. Conforme o índice anual Pulse of Change da Accenture, o nível de mudança ao qual as organizações estão sujeitas não tem parado de aumentar desde 2019 (183% nos últimos quatro anos), levando 83% das organizações a acelerarem a sua transformação.

O panorama de reinvenção

Muitas organizações estão ansiosas por reinventar-se, mas algumas avançaram mais do que outras.

Um pequeno número de "Reinventores" (9%) já alcançou a capacidade de reinvenção contínua. Estão a progredir rapidamente na execução da sua estratégia, definindo uma nova fronteira de desempenho ao reinventarem-se com tecnologia.

Entre as organizações maiores, especialmente aquelas com receitas superiores a 50 mil milhões de dólares, o número de Reinventors quadruplicou no último ano. Os gigantes industriais não estão parados. Ao contrário do que aconteceu com a revolução digital, as grandes organizações estão a liderar, aproveitando os seus recursos e investimentos significativos para desenvolver a sua base digital. O número de Reinventors aumentou mais de 10% em duas indústrias: software e plataformas (34 pontos percentuais, atingindo os 43%) e Life Sciences (13 pontos percentuais, atingindo os 20%).

A maioria das organizações ainda está no início da sua reinvenção, e poucas estão a reinventar-se em grande escala. Assim como no ano passado, a maioria (81%) são "Transformers", mas não podem desistir. Estão a dar os passos certos em direção à reinvenção, mas têm menos probabilidade de adquirir capacidades sustentáveis de reinvenção contínua e podem carecer da velocidade e eficiências de custo oferecidas por uma estratégia conectada de reinvenção. Também são visíveis diferenças nos resultados financeiros, onde os Reinventors estão a distanciar-se. Os restantes 10% são "Optimizers" e ainda não têm a reinvenção como prioridade.

Os Reinventors criaram um imperativo para que outras ajam agora.

É expectável que os Reinventors ampliem significativamente o gap de valor nos próximos três anos.

Apostas seguras ou estratégicas

A Generative AI não é apenas mais uma revolução tecnológica. Nas últimas décadas, nenhuma outra tecnologia demonstrou ter tanto potencial para transformar cada aspeto de uma organização. É por isso que associamos a Generative AI à reinvenção. Por definição, as organizações que tiram o máximo partido desta tecnologia conseguem reinventar-se.

O nosso estudo indica que as organizações tendem a aplicar a Generative AI em áreas que conhecem melhor, como a criação de conteúdos ou o atendimento ao cliente, e buscam poucas inovações. No entanto, um pequeno número delas (Reinventors ou futuros Reinventors) adota uma abordagem mais equilibrada, combinando o seguro com uma maior disposição para fazer apostas estratégicas.

Os Reinventors sabem que:

• A Generative AI é única pela sua capacidade de afetar toda a cadeia de valor, impulsionando a produtividade e o crescimento para atingir uma nova fronteira de desempenho.

• A única forma de usar a Generative AI para se reinventar é conectá-la a outra tecnologia e mudar o que fazem: os seus processos, a gestão de talentos... Tudo.

Reinventar hoje para liderar amanhã

A Generative AI oferece uma clara oportunidade para acelerar a reinvenção. Identificámos cinco imperativos aos quais os líderes devem responder. Vamos explorar esses imperativos, usando os nossos clientes como exemplo.

1. Liderar com valor

É necessário passar de casos de uso isolados para dar prioridade às capacidades de negócio em toda a cadeia de valor, com base numa avaliação objetiva do caso de negócio, na situação da organização e na rentabilidade. As organizações podem realizar dois tipos de investimentos: investimentos seguros que ofereçam grandes melhorias de produtividade e apostas estratégicas que resultem em vantagens competitivas, incluindo uma transformação na indústria.

2. Compreender e desenvolver uma base digital segura com a IA

É necessário investir em tecnologia que funcione sem problemas e permita a criação contínua de novas capacidades. A Generative AI requer uma arquitetura empresarial radicalmente nova. Há mais fluidez e os dados desestruturados e sintéticos têm cada vez mais importância. Agora que surgem novos modelos robustos todas as semanas, as organizações precisam usar os modelos adequados para cada capacidade. As aplicações com arquitetura flexível e preparadas para a IA permitem o acesso a modelos robustos aproveitando colaborações de ecossistema. Os Reinventors consideram a sua base digital uma competência chave.

3. Reinventar o talento e a forma de trabalhar

É necessário ter uma ideia clara de como reinventar o trabalho, remodelar a equipa e preparar os colaboradores para o mundo da Generative AI. Os Reinventors são duas vezes mais propensos a prever aumentos de produtividade de 20% ou mais nos próximos três anos. Dois em cada três acreditam que, graças à Generative AI, o trabalho será mais gratificante e satisfatório. Entre todos os líderes inquiridos, 95% esperam que a Generative AI crie postos de trabalho nas suas equipas. Isso implica ter líderes com diferentes habilidades, que transformem a mudança num aspeto integral da cultura corporativa e integrem os colaboradores no processo.

4. Eliminar gaps na IA responsável

É necessário projetar e utilizar a IA para criar valor ao mesmo tempo em que se mitigam os riscos. Quase todas as organizações (96%) apoiam algum grau de regulamentação oficial da IA, mas apenas 2% afirmam ter adotado a IA responsável em toda a sua organização. A diferença é enorme e exige ação imediata. Para eliminar essas deficiências, é necessário mais do que um quadro de IA responsável para gerir o risco e fazer uso ético e sustentável da IA; é necessário um plano que vá além das palavras e se concretize.

5. Impulsionar a reinvenção contínua

A reinvenção nunca termina porque a mudança é constante. As organizações devem impulsionar a reinvenção contínua, mas não podem encará-la como um esforço pontual realizado a cada poucos anos. Precisam adquirir a capacidade de se reinventar de maneira contínua e transformar a mudança em parte do seu ADN. Isso as tornará abertas a novas ideias, mas requer uma cultura e uma mentalidade de mudança contínua apoiada por uma base digital flexível que permita a adoção rápida e em larga escala da Generative AI.

A Generative AI democratizou a inteligência artificial e tornou a tecnologia muito mais humana. Isso significa que o caminho para a reinvenção é muito mais rápido do que se pensava há apenas um ano, pois a tecnologia pode redefinir completamente as cadeias de valor. As organizações que fazem apostas ambiciosas para se reinventar e compreendem a importância de combinar a tecnologia com a criatividade humana serão mais resilientes e poderão gerar valor a longo prazo.